13 de julho de 2017

Pecuária, forragens e água na Paraíba


ASCOM FAEPA-PB

Quem acompanha meus discursos e pronunciamentos, com certeza já me ouviu defender a pecuária como alternativa para regiões semiáridas. Acredito realmente que produzir proteína animal seja a nossa vocação e a Paraíba já mostrou força nisso, com a qualidade de sua genética tanto caprina quanto bovina.

Mas quero retomar a defesa desse debate, porque a chegada da transposição do São Francisco sinaliza um novo momento não só para o nosso Estado, mas também para o Nordeste. Além do eixo leste, uma entrada pelo Norte já está perto da conclusão e vai beneficiar em cheio o sertão e nordestino. Contudo, existem outras portas de entrada de água, como o canal das vertentes.

Ora, sabemos que seca que nos aflige há seis anos é ainda pior para aqueles criadores que, além de água, não tem reserva de alimento para os animais. As águas que já cortam o território paraibano no eixo leste da transposição significam possibilidade de surgimento e manutenção de novos polos produtores de forragem. É mais feno e capim para alimentar os rebanhos. É mais emprego e trabalho para a nossa população. Mas principalmente, são novos desafios que se colocam para novos empreendedores rurais.

Diante desse cenário, cabe a nós optarmos por caminhar com as próprias pernas. Educação, saúde, infraestrutura e logística é o que deve ser cobrado do Estado. Mas para todo o resto, o produtor não deve se curvar à espera de assistencialismo. Nossa lida nunca foi fácil nem leve, mas alguns erros cometidos por nossos pais e avós não precisam persistir. É preciso avançar, mudar, evoluir e existem parceiros que podem contribuir para tornar a produção mais efetiva e eficiente.

O SENAR Paraíba e a Faepa já estão fazendo sua parte. Filiamo-nos ao programa “Forrageiras para o Semiárido – Pecuária Sustentável” e enviamos dois colaboradores para capacitação no Mato Grosso. A Paraíba se dispôs a ser uma das unidades pilotos para o desenvolvimento de uma variedade resistente de capim, numa pesquisa que é desenvolvida em parceria entre o Instituto CNA e a Embrapa Caprinos.

Essa não é uma ação isolada. O SENAR hoje já oferece assistência técnica e já trabalha com educação formal. Nessas duas frentes, o estímulo à produção de forragens, o manejo correto da água, as técnicas de convivência com a seca e o empreendedorismo já são bandeiras defendidas com firmeza. Os resultados positivos ajudam na mudança de mentalidade do produtor. Hoje, 30% da produção do Brasil é exportado, de modo que 70% é garantia de alimento de qualidade para nossa população.

MÁRIO ANTÔNIO PEREIRA BORBA
Presidente do Conselho Administrativo do SENAR/PB
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa)