6 de agosto de 2008
Embrapa defende mamona
O chefe de Comunicação Empresarial e Negócios Tecnológicos da Embrapa Algodão – que realiza pesquisas há pelo menos 18 anos com a mamona, Liv Soares Severino, declarou que apesar das críticas feitas à utilização da mamona para o agrocombustível por causa da alta viscosidade, não existem problemas em continuar utilizando a espécie.
“Apesar dos dados da ANP acredito que as pesquisas com a mamona devem continuar, isso porque a resolução não muda a importância que a oleaginosa pode ter. O Brasil, por exemplo, sempre produziu o óleo a partir da planta, temos tradição no cultivo sendo que entre as décadas de 70 e 80 o país era o principal produtor no mundo. Já a partir de 6 há 7 anos para cá, a mamona passou a ser aplicada na fabricação do biodiesel”, explicou.
A quantidade do óleo que pode ser adicionado ao diesel convencional e sem comprometer a qualidade de combustível é de até 40%. Se hoje a indústria do setor utilizasse toda a mamona produzida para este fim, chegaríamos a um índice de 6% em relação ao total de oleaginosas usadas no biocombustível, “mesmo com a densidade natural do insumo”, ressalta o pesquisador.
Severino disse ainda que o problema relacionado à diminuição dessa planta na industria do biocombustível é porque além do Brasil não produzir o suficiente para atender a industria do biodiesel, a maior parte do que é extraído alimenta a indústria química.
Hoje, a Embrapa Algodão participa de um grupo de pesquisas na Espanha, onde foi descoberta uma linhagem de mamona típica do país europeu que não tem o mesmo problema de viscosidade que as espécies brasileiras. “É claro que antes de aplicarmos essa nova variação no país precisamos respeitar um processo legal de quarentena da planta em laboratórios onde serão feitas investigações para ver se a espécie carrega algum tipo de inseto ou doença”, complementou.
“É importante deixar claro que não deve haver temor em utilizar a mamona para a produção de biocombustíveis. A espécie ainda é produzida no país e já se expandiu para outras regiões que tradicionalmente não plantavam essa cultura, como o Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e Mato Grosso”, finalizou Severino.
Fonte: http://www.projetobr.com.br/web/guest/exibirartigo?companyId=communis.com.br&articleId=3223
Divulgação: Embrapa