22 de abril de 2009

CMN autoriza liberação de R$ 12,6 bilhões para agropecuária



O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em reunião extraordinária realizada no último dia 16 três decisões que devem injetar R$ 12,6 bilhões no setor agropecuário. O maior montante, de R$ 10 bilhões, já tinha sido antecipado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em entrevista à Agência Brasil, e será para uma linha de crédito para financiamento de capital de giro a agroindústrias, indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas e a cooperativas agropecuárias.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que um dos segmentos a serem beneficiados é o setor de carnes (bovinas, aves e suínos). Serão cobradas, nessa linha de crédito especial, taxas de juros fixas de 11,25% ao ano. Os empréstimos têm prazo de até dois anos para o pagamento, incluindo até um ano de carência.

Segundo o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, considerando os problemas causados pela crise mundial no setor, “o melhor lugar para irrigar e fazer a roda girar é a agroindústria”.

Bittencourt disse que a falta de capital de giro nessas empresas acaba gerando um “efeito cascata” no restante da economia. “Essas indústrias antecipam recursos aos produtores e ajudam a financiar a produção. Sem capital de giro, elas não tem como acessar crédito e não tem dinheiro para antecipar aos produtores, que não tem como pagar os fornecedores de insumos.”

A segunda linha de crédito, de R$ 2,3 bilhões, será destinada a um programa de financiamento para estocagem de álcool. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fornecerá R$ 1,3 bilhões, e o Banco do Brasil mais R$ 1 bilhão, com recursos da poupança rural. As taxas de juros também serão de 11,25% ao ano.

A última medida eleva em R$ 300 milhões o volume de recursos do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop). A linha passa de R$ 1,7 bilhão para R$ 2 bilhões. Metade se destina a investimentos e a outra parte vai para empréstimos de capital de giro. Também foi autorizado, pelos próximos dois anos, o acesso de empresas integradoras ao benefício. Dessa forma, frigoríficos de aves e suínos serão beneficiados.

ESTOCAGEM DE ETANOL

O Programa de Financiamento para Estocagem de Etanol foi regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião extraordinária realizada no último dia 16. A linha de crédito de R$ 1,31 bilhão tem o objetivo de garantir a regularidade do suprimento e a estabilidade do preço do combustível frente à sazonalidade da produção e aos baixos preços no pico da safra.

A linha será operada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e agentes financeiros credenciados, com taxa de juros de 11,25%, ao ano. Para contratar o crédito, usinas, destilarias, empresas comercializadoras de etanol e cooperativas deverão dar como garantia o próprio combustível estocado no valor de no, mínimo, 150% do saldo devedor. Conforme o voto aprovado pelo CMN, 10% dos recursos destinados ao programa devem ser direcionados à região Nordeste.

Além do valor aprovado nesta tarde, o Banco do Brasil já colocou à disposição outros R$ 1 bilhão para a mesma finalidade. “Isso significa, ao todo, R$ 2,31 bilhões para o programa, o que permitirá a estocagem de cerca de cinco bilhões de litros de etanol”, explica do diretor de Cana-de-açúcar e Agroenergia, Alexandre Strapasson.

FONTE: Agência Brasil