9 de novembro de 2010

Ataque da Cochonilha inviabiliza o cultivo da palma



O município de Caturité está chegando ao final com a possibilidade de continuar plantando a palma gigante forrageira já que a Cochonilha do Carmim está desenvolvendo um forte ataque nos palmais daquele município e a exemplo do que aconteceu no Cariri Ocidental já está acabando com quase toda a plantação.

Segundo o produtor rural pecuarista, Antônio Pereira, residente na comunidade Emas de Caturité, a praga da Cochonilha está presente em todo o município fazendo com que os pecuaristas sintam na pele as dificuldades em produzir pecuária já que a palma tem um papel importante para viabilizar a criação de gado bovino. “Tem em 100%, a minha mesmo está infectada 100%, a de Bebé Lopes que você mesmo conhece está 100% também, eu estive conversando com ele essa semana e ele dizia: Antônio, eu acarava que era uma brincadeira, não é uma brincadeira, agora é uma realidade pra mim”, relata.

Antônio Pereira garante que quem não plantar as novas variedades da palma resistente a Cochonilha pode procurar outra atividade porque a relação custo benefício inviabilizará a atividade pecuária já que a praga está espalhada em todo o município e diz acreditar ser fato irreversível. “Segundo informações que eu tenho de dois pesquisadores que é Paulo Freire, em Monteiro; e Paulo Suassuna lá em Sergipe, onde eu passei três dias lá em Sergipe e ele disse a mim: seu Antônio a solução é acabar porque enquanto existir uma folha de palma gigante a Cochonilha não acaba, não existe remédio pra ela, o câncer humano é como o câncer da palma, vocês estão com uma vantagem porque vocês têm a coragem de buscar palma na Bahia e plantar, continuem plantando porque a palma gigante vai acabar”.

Pereira informou que a Emepa da cidade de Monteiro está com uma variedade de excelente produtividade e resistência a Cochonilha, cultura que se apresenta como alternativa para os criadores do município e regiões do semiárido brasileiro já que com a facilidade com que a praga se espalha(com a força do vento transporte de animais dentre outras), logo ela estará presente em todas as propriedades de toda a região. “A solução é trocar de palma, porque eu digo a você, lá mesmo em mim a coisa é séria e uma vez um professor disse a mim que só quem voa é o macho, mas eu digo a você que de seis as oito horas da manhã está uma nuvem em cima da gente”, explica Pereira e informa que os caminhões estão transitando para todos os lados com o produto contaminado. “Os caminhões já estão botando palma pra todo canto e aquela folha que for com a praga agarrada, aquela ali é onde está a fêmea, alei é onde ela está produzindo, é do cara pegar uma folha de palma assim e as mãos ficam vermelhas”.

Aquele pecuarista explicou que fez uma mudança completa na unidade produtiva dele e da família com o plantio das novas variedades de palma e plantio de capins diversos e a cultura do sorgo como forma alternativa para a continuação da produção na bovinocultura.

Fonte: Studio Rural