8 de fevereiro de 2013

Governo estimulará investimento em armazéns e logística



Uma série de fatores contribuiu para o Brasil novamente bater recorde de produção e de produtividade de grãos estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O que, por um lado, é uma ótima notícia para o País, por outro, deixou mais evidentes algumas dificuldades de escoamento e armazenagem de grãos. Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, o Brasil tem enfrentado problemas na área de armazenagem em consequência da alta produtividade, e isso envolve problemas de logística, que envolve por onde os produtos são escoados.

"Vamos participar de audiências com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES] para discutir a questão. Os dirigentes do banco manifestaram interesse em nos ajudar nesse ponto", disse Geller. "E temos o aval dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento para anunciarmos nos próximos dias os contratos de opções para reposição de estoques, com o objetivo de balizar o mercado e assegurar a política de renda do produtor."

Atualmente, os armazéns públicos estocam 2 milhões de toneladas de grãos. A maior fatia está nos armazéns privados, que estocam algo entre 5 e 7 milhões de toneladas, de acordo com Geller. A previsão é de que os recursos do BNDES não serão limitados a equipamentos, estendendo-se também a obras civis da iniciativa privada. Uma das frentes que o governo pretende abrir à iniciativa privada é a concessão de rodovias por onde a produção é escoada. "Precisamos da iniciativa privada como parceira, mas a questão do pedágio ainda está sendo discutida", disse o secretário.

O diretor da Conab, Sílvio Porto, manifestou preocupação com o peso que o alto preço dos pedágios contratados tem. "O problema não são os contratos atuais, que são baratos. O problema é como fazer a revisão dos antigos contratos, em especial em São Paulo, que são muito caros. Os pedágios [nas rodovias em direção] ao Porto de Santos encarecem o chamado Custo Brasil."

Rodoanel

Na área de rodovias, os contratos das obras do trecho norte do Rodoanel Mário Covas foram assinados ontem (7) entre Governo do Estado de São Paulo e construtoras. O trecho tem 44 quilômetros de extensão, de um total de 178 quilômetros da rodovia. Vai interligar a antiga Campinas-São Paulo (SP-332) à Rodovia Presidente Dutra (BR-116), passando pela Fernão Dias (BR-381) e trazendo ligação de 3,6 quilômetros ao Aeroporto de Guarulhos. A obra implicará a desapropriação de 3,45 mil famílias. Segundo o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, uma parceria com o governo federal incluirá as famílias no programa Minha Casa Minha Vida.

Fonte: Diário do Comércio & Indústria (DCI)