12 de janeiro de 2012
Etanol do Brasil é insuficiente para suprir demanda
Apesar de os Estados Unidos terem aberto o mercado de etanol, não será possível para o Brasil aproveitar a oportunidade de novos negócios em curto prazo. Isso ocorre porque a produção nacional é insuficiente para suprir a demanda. Em 2011, houve quebra de 10% na safra, o produto ficou mais caro e o consumidor médio acabou optando pelo uso da gasolina. O governo norte-americano, pressionado pela necessidade de cortar gastos, derrubou os subsídios ao etanol produzido no país, que chegavam a US$ 6 bilhões por ano. Segundo o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho, o esforço de algumas empresas para resolver o problema é insuficiente.
"Para recuperar a produtividade e a autoconfiança, é preciso ter políticas públicas transparentes. Este é o grande ponto que está faltando. O álcool praticamente paga o mesmo que a gasolina. Isso, que do ponto de vista lógico, é um absurdo. Nós realmente não temos uma política energética com oferta de carbono, com efeito renovável", avalia.
A transposição das barreiras norte-americanas ao etanol brasileiro é negociada há cerca de 32 anos pelo governo federal. Na opinião do presidente da ETH Bioenergia, José Carlos Grubisich, o setor deveria ampliar os investimentos, que têm reduzido desde a crise econômica de 2008. No ano passado, a companhia foi uma das poucas no país a manter o foco no crescimento, com abertura de diversas unidades.
No Estado de Goiás, uma nova planta iniciou as operações em dezembro. Grubisich acredita que os resultados devem começar em médio prazo.
"Se o setor tomasse a decisão em 2012 de retomar o ciclo de investimentos, isto significa que nós não teríamos usinas com capacidade prontas para moer a totalidade da cana antes de quatro anos. Significa que a gente já está em 2015, 2016", diz.
Fonte: Canal Rural