9 de dezembro de 2010

Iniciativa apoiada pelo Sistema FAEPA/SENAR conquista prêmio



Uma iniciativa inédita voltada para a fabricação de geléia de palma forrageira, desenvolvida em parceria pela Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (FAEPA) e a Escola Estadual Presidente Médici, de João Pessoa, ganhou ontem (7/12) à noite, em Brasília, o segundo lugar nacional no Prêmio Técnico Empreendedor. O concurso, realizado desde 2002 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), seleciona todos os anos os melhores trabalhos feitos por alunos e professores de instituições públicas de ensino técnico, com o objetivo de estimular o empreendedorismo entre os jovens por meio da educação.

O prêmio foi conquistado com o projeto “Geléia de Palma – Palma Norte”, idealizado pelo professor Jeimes Ferreira com a participação dos estudantes Bruno de Oliveira, Dayse Dutra e Glézia Alves, todos da Escola Estadual Presidente Médici, de João Pessoa. Eles concorreram na categoria tema livre. A ideia surgiu com a intenção de valorizar uma das culturas mais importantes do estado para divulgá-la nacionalmente. “Historicamente, a palma sempre foi utilizada na alimentação de gado. Mas nos últimos anos, o cactus (como a palma também é conhecida) começou a ser utilizado na fabricação de bolachas, de bolos e produtos cosméticos. Mas eu queria uma coisa mais inovadora e vi na geléia um produto diferente e economicamente viável”, revela o professor.

Para o sucesso do projeto, o apoio da FAEPA surgiu por meio da administração regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), a partir da indicação de um colega de trabalho de Jeimes Ferreira. Sem hesitar, ele e os alunos apresentaram o projeto ao presidente do Sistema FAEPA/SENAR, Mário Borba, que apoiou a ideia. “A partir de novas tecnologias de cultivo intensivo, a palma passa a ser vista como uma atividade que gera lucros e oportunidades econômicas para o produtor”, destaca.

O passo seguinte para avançar na proposta foi o repasse toda a metodologia de uma das principais ações do SENAR na Paraíba, o programa “Palmas para o Semi-Árido”, que capacita produtores e trabalhadores rurais para o cultivo intensivo da palma com o objetivo de buscar alternativas de geração de renda. “O SENAR foi um dos nossos principais parceiros. Com o treinamento, pudemos conhecer muito mais sobre a palma”, completa a aluna Dayse Dutra. O grupo também obteve apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB, que forneceu trabalhos acadêmicos com pesquisas sobre as características da palma e as condições para o seu cultivo.

Responsável por elaborar a versão final do experimento, Bruno de Oliveira conta que demorou duas semanas para acertar a textura da geléia, de forma que as pessoas que experimentassem o produto pudessem aprová-lo. “No início, nós fomos as nossas próprias cobaias. Depois minha mãe e outras pessoas provaram e aprovaram, o que me deu mais tranqüilidade”, diverte-se o aluno de informática. Trabalhando na preparação da palma antes da sua transformação em geléia, a entusiasmada estudante Glézia Alves de Melo acredita que o segundo lugar irá valorizar mais outras experiências feitas por escolas do Nordeste. “Com o nosso desempenho, conseguimos mostrar com um produto local nosso verdadeiro valor”, afirma.

Pela premiação, o grupo irá receber R$ 6 mil. O professor Jeimes Ferreira, que coordenou os alunos, também levará mais R$ 2 mil. Além da segunda colocação de ontem, o grupo conquistou a primeira colocação na etapa regional do Prêmio técnico empreendedor 2010. A partir de agora, a aposta do grupo é colocar o projeto em prática, uma das condições impostas no regulamento do concurso. “Vamos procurar uma parceria com alguma cooperativa para que possamos crescer”, afirma Jeimes, que pretende extrair a matéria-prima do sítio de sua família, no município de Mari, a 45 quilômetros da capital João Pessoa, onde seu avô usa a cactácea para alimentar bois e caprinos. Já os alunos, além de tocar o projeto da geléia de palma, querem investir na própria formação. “Quero aprender inglês”, conta Glézia Alves.

Fonte: CNA