26 de outubro de 2010

Palma forrageira já tem defensivo registrado pelo Mapa



A palma forrageira cultivada em todo Brasil e que representa a principal cultura agrícola do semi-árido nordestino finalmente poderá contar com um defensivo agrícola no combate a cochonilha do carmim. A praga já destruiu mais de 100 mil hectares de plantação de palma nos estados da Paraíba de Pernambuco.

Depois de muito esforço do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba , que há mais de três anos vem defendendo e negociando o registro de um produto junto as autoridades do Mapa, foi publicado no Diário Oficial da União o ATO Nº 34, do mês de agosto de 2010, do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas / Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a autorização do uso do produto Engeo Pleno, registrado sob o nº 6105.

Dentre as diversas fases da negociação, buscando sensibilizar sobre a devastação dos palmais e a importância da cultura para econômica na Região Nordeste, foram realizadas reuniões no MAPA, na Anvisa e no Ibama, tendo em vista que estes órgãos também participam do processo de registro de defensivos. Também ocorram várias reuniões com empresas de registros de defensivos e com fabricantes como a Bayer, a Milênio e Syngenta.

Para o presidente da Mário Borba, essa conquista vai finalmente proporcionar o desenvolvimento da cultura. “Acreditamos que, uma vez solucionado o problema da convivência com cochonilha do carmim, o trabalho dos agricultores voltará ao seu curso normal, visto que o uso da palma na alimentação animal já é uma tradição secular em toda a região nordeste”.

O produto Engeo Pleno foi desenvolvido pela empresa Syngenta, e já está no mercado. De acordo com os representantes da Syngenta no Brasil, os cuidados na aplicação do produto são os mesmos de qualquer agroquímico e o intervalo de segurança é de 7 dias. Ou seja, aplica o produto hoje e daqui a 7 dias pode ser colhido e utilizado.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural da Paraíba (SENAR) está em entendimento com a empresa a fim de promover dias de campo e orientar os produtores na aplicação do defensivo. Os eventos contarão com a parceria da Emepa e Emater e deverão acontecer ainda este ano.

Palma na economia paraibana

A Paraíba é a maior produtora de palma do Brasil. Por ter 85% de seu território estar no Semi-árido, o Estado não tem condições de desenvolver algumas espécies de culturas, sendo que a palma se adapta muito bem ao solo e clima da região. Além disso, a planta é base alimentar para a produção pecuária. Uma vez que a cadeia da bovinocultura de leite é a maior e mais importante fonte de geração de emprego e renda para a população, faz da palma uma das principais culturas da agricultura paraibana. Entretanto, a chegada da cochonilha do carmim, há cerca de 9 anos, praga que ataca de forma muito intensa os palmais, vem ocasionando conseqüências da mais alta gravidade na economia, não só na Paraíba como também dos estados visinhos. Como até o momento não existia nenhum agroquímico com registro junto ao Ministério da Agricultura para controlar o ataque do inseto os produtores e as instituições que atuam no setor realizavam apenas soluções paliativas de controle da praga, como a erradicação total e enterrio das plantas e o controle com produtos alternativos sendo que nenhuma das tentativas tinha bom êxito.

Com as experiências e aprendizado adquiridos nos Congressos Internacional e Nacional de palma, realizado respectivamente em 2007 e 2009, na Paraíba, a Faepa teve a iniciativa de buscar no mercado industrial um produto que fosse eficaz no combate a cochonilha. Reuni-se com a Bayer que já estava com um produto pronto faltando apenas o registro. Também procurou as empresas Milênio que deu entrada em dois produtos e ainda a Syngenta que foi a primeira a conseguir atender a demanda.

De acordo com Mário Borba, o ex secretário Rui Bezerra, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e Pesca (Sedap), apoiou a iniciativa fazendo contatos como o Ministro e pedindo urgência na publicação do registro. Ele informou ainda que agora a Faepa continuará lutando pela liberação dos produtos das outras marcas. “ precisamos que haja concorrência no mercado para que o preço fique competitivo para o produtor”, disse.

Borba disse que outra luta da classe é a liberação do registro de um herbicida para uso nos campos de palma, para facilitar o manejo e melhorar a produtividade da planta e deixou um alerta: “ O inseticida não é a única solução para o produtor que tem que buscar outras alternativas como a plantio de palma resistente a cochonilha, como a variedade Mexicana e a Baiana, que já estão sendo multiplicadas na Paraíba.

Assessoria de Comunicação Social FAEPA-SENAR
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