1 de junho de 2009
Produção de mel e própolis é estimulada no litoral norte
Produtores rurais e indígenas do litoral norte da Paraíba reuniram-se no município de Baia da Traição, na última quarta-feira (27/05), para conhecer o Projeto Viva o Mangue Vivo que visa estimular a produção de mel e própolis vermelha em toda região, aliando a preservação dos manguezais.
O projeto Viva o Mangue Vivo é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), com o apoio do Sebrae e conta com a colaboração de diversas instituições públicas de privadas em suas respectivas área de atuação, como o Senar, o Sescoop, Consad, Conah, Ibama, Paraíba Mel, Edimel, Aprodes, entre outras.
O evento de lançamento do projeto reuniu cerca de 120 produtores, além de autoridades locais e estaduais, convidados e os técnicos que vão desenvolver o trabalho, como o engenheiro agrônomo e assessor da Faepa, Domingos Lelis, o vereador da Baia da Traição, Manoel Lopes, o superintendente da Conab/Pb, Ângelo Viana, o representante do Sescoop, Pedro Albuquerque, o representante do Ibama, Ronilson da Paz, a representante do GRPU, Ana Cristina Figueiredo e o representante da Coopvale, Denílson Luis, o presidente da Aprodes, Paulo Reech, o representante do Consad, Nicácio Moura, o representante da Prefeitura de João Pessoa, Nilton Lima, o coordenador do programa de apicultura da Fazenda Tamanduá, Flávio Medeiros, a preseidente do Sindicato do Produtores Rurais de Mari, o consultor da Quatro Comunicação, Joaquim Manuel Souza, e a consultora da Faepa, Eudete Petelinkar.
Durante todo o dia os produtores ouviram palestras e experiências de sucesso na produção de mel e da própolis vermelha, uma espécie conseguida somente com a apicultura em áreas de mangues devido a presença de uma planta típica desse ambiente e cujo produto final tem alto valor no mercado por suas propriedades terapêuticas superiores em relação a própolis tradicional.
O projeto Viva o Mangue Vivo vai contemplar os municípios de Baia da Traição, Mataraca, Marcação, Lucena, Mamanguape, João Pessoa Rio Tinto e Bayeux, sendo que os produtores terão capacitação, acompanhamento técnico e apoio na comercialização Além disso, irá estimular a recuperação de áreas degradadas dos manguezais e restingas.
De acordo com Domingos Lelis, a renda do setor rural, especialmente nas pequenas propriedades do litoral da Paraíba é uma preocupação constante da Faepa e a apicultura tem sido uma atividade bastante atrativa em todo Estado com grande expectativa de crescimento na região em função do meio ambiente. Porém, diz Lelis, “sem a tecnologia adequada e apoio, os pequenos produtores não conseguem uma boa produtividade e, além disso, somente o mel não remunera satisfatoriamente, em conta que a própolis possui alto valor agregado no mercado nacional e internacional, em especial o vermelho”.
Produção e mercado garantido
Somente no município da Baia da Traição, cerca de 43 famílias indígenas já estão produzindo mel, como uma média de 10 colméias cada. O rendimento médio de cada produtor é de 480 quilos por ano, obtendo uma renda de R$ 3.360,00. Hoje o preço médio do quilo do mel é de R$ 7,00.
O Apicultor e Apiterapeuta Edivaldo Ferreira Pacheco Filho, idealizador do Projeto Viva o Mangue Vivo, que já produz e comercializa a própolis vermelho no litoral sul da Paraíba, apresentou o potencial do mercado mostrando a todos o pedido de um único laboratório desejando comprar uma tonelada de própolis vermelha por ano. “Sozinho nunca vou conseguir atender essa demanda. Entendo que é socializando o conhecimento que podemos expandir esse negócio, fazendo com que a apicultura do Estado seja ainda mais reconhecia pela qualidade”, afirmou esclarecendo ainda que, a própolis vermelha, derivada da planta encontrada no litoral paraibano é reconhecida pelos cientistas como um excelente produto de interesse dos grandes laboratórios nacionais e internacionais, fabricantes de produtos fármacos, cosméticos entre outros.
O produtor rural da Baia da Traição, Denílson Luis, que há mais de dois anos vem investindo na atividade destacou que A apicultura é uma boa alternativa para os produtores, tem elevado potencial de inclusão, e acima de tudo é ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. “A apicultura é uma das raras atividades pecuárias que não tem nenhum impacto ambiental negativo, pelo contrário, transforma o apicultor em um ecologista prático e, além disso, gera ocupação e renda para toda família e permite que outras atividades sejam desenvolvidas ao mesmo tempo”, disse.
Segundo o superintendente da Conab, Ângelo Viana, todas as cooperativas e associações de produtores, estando com suas obrigações legais em dia, estão aptas a fornecer produtos para o governo e assim assegurar a constância do processo de comercialização o que garante a tranquilidade necessária durante o processo de produção. “Independente de qualquer fato que venha atingir a economia do país, o projeto não sofrerá problema de continuidade porque a Conab garante o preço mínimo através de vários programas de compra de produtos agropecuários, incluindo o mel”, afirmou.